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HTC One: visto à lupa

O HTC One em review por Vitor Urbano, directamente a partir do Reino Unido, um dos primeiros mercados a receber o novo topo-de-gama da HTC.

Nota Editorial: Vitor Urbano colabora ocasionalmente com o Telemoveis.com e escreve-nos a partir de Londres, Reino Unido – um dos primeiros mercados a receber o HTC One. A sua análise não reflecte necessariamente a opinião do Telemoveis.com, mas sim a sua própria experiência pessoal.

1. Características Gerais

2. Design e Construção

3. O Ecrã

4. Performance e Bateria

5. A Câmera

6. O Software

7. Considerações Finais

HTC One: visto à lupa

HTC One: visto à lupa

O único smartphone topo de gama da HTC para 2013 consegue combinar de forma quase perfeita as melhores especificações de hardware com um design extremamente inovador. Será o HTC One o smartphone que tanto esperava? Todo um mundo de rumores e comentários nasceu durante os meses que antecederam o lançamento do HTC One, sendo que muitos se referiram a ele como “O” smartphone do ano, tendo sido criado especialmente para conquistar o mercado que outrora pertencera ao iPhone 5 e ao recém anunciado Galaxy S4.
 
Aqui ficam algumas caracteristicas gerais sobre esta nova máquina da HTC:

1. Porta IR: O botão de energia está colocado no topo esquerdo do dispositivo, e por vezes revela-se bastante difícil de alcançar. Contudo, este botão contém uma segunda funcionalidade, possuindo um porta infra-vermelhos que poderá ser utilizada para variadas funções, como por exemplo o controlo remoto da sua televisão.

2. Expansão de memória indisponível: O espaço reservado para o Micro SIM encontra-se na parte superior do lado esquerdo do equipamento e a entrada (desprotegida) para Micro USB na base do mesmo lado. O HTC One não vem com a possíbilidade de expansão de memória através de qualquer tipo de cartão de memória, e a sua bateria é imbutida, não podendo ser removida.

3. Peça única de alumínio: Cada HTC One foi forjado a partir de um único bloco de alumínio, porporcionando uma qualidade de construção extremamente sólida e segura ao toque, dando um toque final extremamente agradável à vista.

4. Apenas dois botões: A tendência para acabar com os botões nos smartphones acentua-se cada vez mais, e desta feita a HTC resolveu apenas colocar dois botões ( “back” e “home”), sendo que as opções podem ser acedidas através de duplo toque no botão “home”. O logotipo da HTC entre estes dois botões pode por vezes resultar em toques ocasionais por parte dos utilizadores mais distraídos.

5. Sistema de som estéreo: Foram incorporadas, em perfeita harmonia com todo o design, duas colunas estéreo na parte frontal deste smartphone, porporcionando ao utilizador uma experiência de som única, aliada ainda à tecnologia suportada pela Beats.

6. Internet ultra rápida: Nas zonas que tenham rede 4G, o HTC One vai ser uma verdadeira flecha na internet, estando preparado para qualquer tipo de rede 4G e também com suporte para Wi-Fi 802.11ac, permitindo o acesso à internet de até 100Mbps.

HTC One: visto à lupa

De forma introdutória, o nascimento deste HTC One segue com grande ligação o passado recente da própria HTC. Em 2010 a empresa do Taiwan estava extremamente bem posicionada para assumir a liderança do mercado dos smartphones, com bons aparelhos a abrangerem uma grande diversidade de preços, sendo até escolhida pela Google para a produção do seu primeiro smartphone (Nexus Phone). Mas em 2011, com a Samsung a vir para o mercado na sua potência máxima com o lançamento do Galaxy SII, perderam toda a vantagem ganha em 2011, lançando para o mercado uma vasta gama de smartphones medíocres e com uma fraquissíma aposta no marketing para os seus smartphones.

Em 2013, dois anos depois do seu desaire, a HTC lança o One, o seu único smartphone topo de gama para este ano e que foi especialmente criado para relançar a HTC e revolucionar o mercado dos smartphones, alterando a tendência Samsung/Apple. Foi certamente uma lufada de ar fresco trazida ao mundo do Android, pois o HTC One demonstra uma extrema atenção ao detalhe e ao desejo dos utilizadores, sendo quase evidente que cada uma das decisões tomadas na sua criação foram pensadas e repensadas várias vezes.

A HTC, que vinha de uma aposta em smartphones com especificações medíocres e visual vulgar, passou a apostar numa linha de design própria e inovadora, além de especificações evoluídas, presenteando todos os utilizadores com o smartphone mais impressionante já alguma vez visto.

Design e Construção

O HTC One veio sem qualquer sombra de dúvida elevar – e muito – a fasquia para a competição em termos de design, não só dentro do mundo Android, mas em todo o universo dos smartphones. Pode-se dizer que neste momento o One se encontra num restrito grupo de smartphones que, em termos de design, apenas encontra o iPhone 5 como companheiro ou rival. Apesar de dentro do mesmo grupo se poder também argumentar que a HTC conseguiu superar a Apple na aposta que já vinha a fazer há algum tempo, produzindo o smartphone mais moderno até ao momento.

Finalmente voltaram ao tipo de construção em que foram pioneiros através do uso de aluminio, sendo o HTC One a prova perfeita do aperfeiçoamento realizado ao longo destes últimos anos. Este smartphone proporciona uma reacção ao toque fantástica, não sendo demasiado leve ou pesado, mas sim pesado o suficiente para que se sinta seguro enquanto o utiliza. Sublinhe-se ainda a ligeira curva ergonómica na sua parte de trás, que favorece o encaixe perfeito com a sua mão.

HTC One: visto à lupa

A distância  entre as extremidades do ecrã e do equipamento foram mais encurtadas do que o normal, permitindo ao utilizador ter na sua posse um smartphone mais elegante do que seria de esperar para um dispositivo com 4,7 polegadas de ecrã.

Outra novidade trazida pela HTC ao mundo dos smartphones foi a incorporação de duas colunas estéreo na frente do HTC One, que para além de ficarem bem incorporadas no design oferecem ao útilizador uma experiência de som única. A parte inferior do ecrã conta com a presença de apenas dois botões (“back” e “home”) e do logotipo da HTC entre ambos.

O botão de energia está localizado no topo do HTC One (do lado esquerdo) o que se revelou não ser uma das opções mais praticas, mas que funciona também como comando via Infra-vermelhos. Outros aspectos presentes na construção do HTC One são a necessidade de uma pequena ferramenta para retirar o cartão Micro SIM, a ausência de slot para cartão de memória e a impossíbilidade de retirar a bateria.

O Ecrã

O dispositivo arranca muito rapidamente: leva cerca de 7 segundos até entrar no ecrã principal.. Tal como aconteceu com o HTC One X, o ecrã é laminado (não existindo qualquer distância entre o ecrã e o próprio vidro) e apresenta uma resolução de 1080p, distribuída por 4,7 polegadas e com uma densidade de 468ppi (superior a qualquer dispositivo comercializado até hoje).

A diferença para com os ecrãs que possuem 720p é nítida logo no primeiro instante, mas o impressionante é que consegue também ser visivelmente superior a outros ecrãs com 1080p – tal como o novo Sony Xperia Z, por exemplo. O HTC One oferece uma excelente qualidade de imagem mesmo quando visto de vários angulos diferentes e exibe cores vibrantes e com tons pretos bastante intensos.

HTC One: visto à lupa

Performance e Bateria

O HTC One consegue fazer frente a qualquer um dos smartphones disponíveis no mercado, com uma margem bastante considerável. Com um processador Snapdragon Quad-core que roda a 1.7GHz, gráfica Adreno 320 e 2GB de memória RAM, toda a experiência do utilizador, independentemente de qualquer que seja o seu propósito, vai revelar-se extremamente rápida e fluída.

De forma geral não existem aplicações que possam colocar este smartphone em “stress”, apresentando-se consistente na sua performance independentemente do tipo de utilização – navegação web, vídeos, música, jogos ou simples telefonia. Outra das grandes qualidades notadas foi a qualidade do áudio nas chamadas de voz e a excelente captação de sinal inclusive em condições menos favoráveis.

Para além das especificações de hardware existem ainda muitas outras caracteristicas no HTC One que o tornam tão especial. As duas colunas estéreo na frente do dispositivo, por exemplo, não são apenas adornos estéticos e proporcionam uma qualidade de som simplesmente divinal – independentemente de estar a utilizar auscultadores ou não. Quando combinadas com o fantástico ecrã, estes dois itens oferecem sem qualquer dúvida a melhor experiência de visualização de vídeos alguma vez verificada num smartphone.

A qualidade da captura de som também é impressionante, assim como o transmissor de infra-vermelhos que nos permite controlar a nossa televisão, desde que faça parte da – vasta, diga-se de passagem – lista de televisões e box´s compatíveis.

HTC One: visto à lupa

A Câmera

Esta foi sem dúvida a àrea onde a abordagem da HTC foi mais questionada, pois em vez de seguir as tendências da concorrência e lançar uma câmera de 13 mega pixéis, resolveram recuar ao ano de 2006 com uma câmera de apenas 4 mega pixéis – contudo, a HTC recorreu não a um mas sim a três sensores de 4 MP, numa abordagem que apelidou de ‘Ultrapíxel’.

O que dizer da abordagem da HTC em relação a este assunto? Essencialmente é necessário contrariar a ideia de que quantos mais megapixéis tem uma câmera, melhor são as fotografias – esta lógica está errada, senão vejamos:

1. Num sensor do mesmo tamanho, quantos mais megapixéis existem, mais pequenos eles se tornam;

2. Isto significa que quanto mais pequenos se tornam, menos luz conseguem captar;

3. Uma fraca capacidade de captar luz resulta em fotografias com muito ruído e imagem granulizada dentro de ambientes de pouca luz.

Para evitar qualquer tipo de comparações directas  – embora falhada – com câmeras que possuam uma maior quantidade de megapixéis, a HTC deu-lhe o nome de Ultrapixéis, embora aqui possamos admitir que este termo não tenha passado de uma estratégia de marketing, já que esta abordagem não tem qualquer influência na performance real do equipamento.

Sem contar com os pontos fracos demonstrados por esta câmera de 4 megapixéis, temos ainda a pouca capacidade de resistir à evolução dos ecrãs, sendo que actualmente o tablet Nexus 10 possuí já um ecrã de 4 megapixéis, impossibilitando qualquer tipo de zoom sem que se perca automáticamente qualidade de imagem.

Contudo, e apesar destes “contratempos”, a HTC veio introduzir no HTC One uma nova funcionalidade pioneira na sua câmera fotográfica – a “Zoe Capture”. Este modo vai iniciar a captura de imagem progressivamente até mesmo antes de pressionar o botão por completo, prolongando-se ainda durante 2 segundos. Caso tente regularmente captar imagens de objectos em movimento, esta funcionalidade vai ser perfeita para si, não precisando de conseguir captar a imagem naquele preciso instante.

Em suma, a performance geral da câmera no HTC One acabou por ficar aquém das expectativas. Apesar disso, apresenta algumas notas de software extremamente interessantes, e apesar de não conseguir capturar imagens com o mesmo detalhe de muitos concorrentes a verdade é que é imbativel em ambientes de pouca luminosidade.

Na captação de vídeo a performance foi bastante mais agradável, oferecendo a funcionalidade “Steady Cam” que lhe vai permitir gravar vídeos mesmo enquanto corre ou caminha, sem que o resultado final faça enjoar os amigos a quem mostra o vídeo.

HTC One: visto à lupa

O Software

O HTC One vem com a versão 4.1.2 (Jelly Bean) do Android, acompanhada com a mais recente versão do já reconhecido launcher Sense. Esta última versão do HTC Sense (5) veio trazer novidades para todos os utilizadores e apresenta-se muito mais rápido e muito mais leve que as suas versões anteriores. O HTC Sense 5 apresenta-nos um formato bem mais amadurecido, o que significa que deixou de lado a maioria do seu gráfismo algo cartoonizado que lhe era caracteristico nas versões anteriores.

O HTC Sense 5 poderá numa primeira instância ser uma lufada de ar fresco no que a interfaces Android diz respeito, apresentando uma nova funcionalidade conhecida por “BlinkFeed”. O BlinkFeed vem activado de fábrica, e de uma forma resumida será facilmente comparável a um widget full-screen da aplicação Flipboard. Oferece ao utilizador uma linha cronológica onde vai poder encontrar todas as suas actualizações do Twitter, notícias, Facebook, etc – tudo integrado num único local. Esta funcionalidade vai garantir que terá sempre algo para ver quando desbloquear o seu HTC One, embora possa tornar-se algo incomodativo ter todas aquelas actualizações no seu ecrã inicial sempre que desbloqueia o dispositivo.

Não é possível “desligar” o BlinkFeed, mas poderá alterar as suas definições, colocando-o em outra janela do seu ecrã inicial e tornando-o acessível apenas quando realiza um deslize para o lado esquerdo. Desta forma esta interessante funcionalidade deixará de ser tão intrusiva na sua utilização e certamente que passará a ser bastante mais útil.

Outra peça de software bastante interessante que a HTC introduziu foi a “Zoe Highlights”. Esta nova aplicação permite ao utilizador realizar curtas com as suas fotografias e vídeos sem qualquer tipo de acção no dispositivo. Ela simplesmente aglomera as fotografias e vídeos capturados na mesma altura, e realiza as edições e colagens necessárias para a realização do clipe de vídeo. Embora seja uma aplicação muito interessante e com grande potencial, nesta sua fase inicial revelou algumas pequenas falhas que deverão ser reduzidas e corrigidas durante os próximos tempos.

Todo o restante portefólio de aplicações acrescenta grande valor ao HTC One, sendo possível iniciar até 4 aplicações a partir do ecrã de desbloqueio. Por outro lado, a impressão com que ficámos foi as aplicações extra foram cuidadosamente seleccionadas. Por exemplo, o HTC One traz disponível uma aplicação muito completa de edição e criação para qualquer tipo de documentos Office, além de incluir uma app de notas com integração do Evernote ou uma widget de música que lhe permite ler a letra da música que está a ouvir. Também o teclado foi bastante melhorado (contando também com a funcionalidade Swype), embora não o suficiente para ultrapassar de forma significativa a funcionalidade de outros teclados Android.

HTC One: visto à lupa

Considerações finais

Com o lançamento do HTC One, a HTC veio provar que é uma das poucas empresas no mercado dos smartphones que está disposta a experimentar coisas realmente novas. A combinação de um design moderno, hardware de topo e software verdadeiramente inovador são mais do que suficientes para fazer esquecer os seus poucos pontos fracos – como a sua câmera desapontante e os possíveis problemas de falta de espaço. De forma bastante resumida, e tentando ser o mais imparcial possível, o HTC One é pravelmente o melhor Android jamais construido, sendo inclusive possível argumentar que também é um smartphone à altura dentro de qualquer um dos actuais sistemas operativos mobile.